E se terceirizar, como ficam as mulheres?


Por Noêmia Fernanda e Valéria Martins

Diversas manifestações da classe trabalhadora têm ocorrido, em nosso país, contra o PL 4330, de autoria do empresário e ex-deputado Sandro Mabel. É um projeto de lei sobre terceirização do trabalho.

1- MAS O QUE É TERCEIRIZAÇÃO?
É quando uma empresa deixa de realizar uma ou mais atividades através de empregados DIRETAMENTE contratados, transferindo-as para outra empresa. Como acontece, muitas vezes, com vigilantes e serviços de limpeza. 



2 - POR QUE A EMPRESA QUER FAZER ISSO?
Numa sociedade capitalista, onde impera a competitividade, as empresas querem cada vez mais focar seu trabalho no que lhe dá lucro. Ou seja, por que me preocupar com gastos por encargos trabalhistas de funcionários, se eu posso aumentar meus lucros, contratando uma empresa que irá prestar o mesmo serviço?
E, quanto mais a empresa possuir trabalhadores terceirizados, de várias outras empresas, menos força e capacidade de organização os trabalhadores possuem! Então ficará cada vez mais difícil lutar por direitos trabalhistas e segurança no trabalho.

3 - O QUE A MULHER TEM A VER COM ISSO TUDO?
A inserção da mulher, no mercado de trabalho, cresce cada vez mais devido a vários fatores, como a escolarização e mudanças nas relações domésticas. Mas, se por um lado atingimos cargos “prestigiados” nessa sociedade (Engenharia, Direito, Medicina e cargos de chefia) ainda somos maioria em atividades “tipicamente femininas” e em posições secundárias (sem autoridade de chefe), como na saúde, educação, serviços gerais e trabalhos domésticos. Os quais têm presença massificante da terceirização!!!! Juntemos os dados: trabalhador@s terceirizad@s recebem 24,7% a menos; trabalham em média 4 horas por dia, a mais; ficam 2 a 6 anos no emprego, contra 5 a 8 dos trabalhadores diretos; de cada 10 acidentes de trabalho, 8 são com trabalhadores terceirizados. TEM MAIS!!! Dos 3553 trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão, NO BRASIL, quase 3 mil eram terceirizados. Sem contar que vivem e trabalham inseguros devido a uma contratação temporária, sem saber quando pode ser demitido. 
 
SOMOS MULHERES, AINDA LUTAMOS PELA NOSSA ENTRADA NO MERCADO DE TRABALHO, MAS AINDA VIVEMOS DUPLA JORNADA, ENTRE TRABALHO REMUNERADO E O NÃO REMUNERADO (AFAZERES DOMÉSTICOS, CUIDADO E EDUCAÇÃO DO FILHO); TEMOS MENOR REMUNERAÇÃO QUE O HOMEM (64,6% DO QUE UM TRABALHADOR HOMEM RECEBE) E SOMOS MAIORIA NOS SERVIÇOS COMANDADOS E TERCEIRIZADOS!!!

SEREMOS AINDA MAIS IMPACTADAS, RECEBEREMOS AINDA MENOS E CONTINUAREMOS EM POSIÇÃO DE COMANDADA NA SOCIEDADE EM QUE VIVEMOS: MACHISTA, PATRIARCAL E CAPITALISTA, A QUAL SÓ INTERESSA O LUCRO E A FRAGILIZAÇÃO DA TRABALHADORA.

DEVEMOS OCUPAR A RUA!!! NOSSA UNIÃO E NOSSA LUTA SÃO ESSENCIAIS!!!


Fontes:
http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BAAF91A9E060F/Prod03_2007.pdf

http://www.vermelho.org.br/noticia/262327-1 

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