Laudelindas Indicam: Contra a desigualdade salarial, restaurante cobra 30% a mais de homens
Por Lua Silva
Em meio a questões como como a disparidade
salarial, objetivação da mulher, discorrerei um pouco sobre uma propaganda que
assistir num dia desses, sim, uma propaganda. Parece um pouco confuso abordar a
temática propaganda aqui – afinal, isso já renderia muito mais coisas – mas,
por mais incrível que possa parecer esse “comercial” muito me chamou atenção
pelo cunho positivo que ele carrega.
A agência de publicidade Agnelo Comunicação
com a intenção de chamar atenção para a disparidade salarial no Brasil criou a
campanha "Unfair Menu" ("Menu Injusto", em tradução livre),
de forma inteligente e prática acrescentou em todos os itens do cardápio do
restaurante Ramona, em São Paulo, a sinalização “ +30% para homens”. Vendo o
vídeo é possível verificar o quanto esse problema já se naturalizou, em nenhum
momento os clientes ou as clientes se atentavam para a questão salarial, muitos
inclusive, contestavam aquela atitude, carregavam inquietos o questionamento,
“Mas, só por ser homem? ”.
Injustiça,
desigualdade, deslealdade, etc, muitos desses adjetivos foram levantados por
diversos clientes, mas, o que é mesmo desleal? No Brasil, as mulheres ganham
30% a menos desempenhando os mesmos papéis. Isso é desleal. Isso é injusto.
Isso é descriminação de gênero. Logo, nada mais justo que cobrar dos homens 30%
a mais nas mesmas funções, não é? Mas, espera, ficou desleal agora né? Parece
comum em nossa sociedade quando invertemos a situação e favorecemos as
minorias, as coisas se tornarem absurdas, desleais.
A desigualdade salarial é um
assunto que costuma agitar a sociedade, as opiniões contrárias e/ou favoráveis
surgem dos mais diversos âmbitos. Fato é que ela existe e cada vez mais se
torna veemente nos ambientes de trabalho. O Brasil apresenta um dos maiores níveis
de disparidade salarial. No país, os homens ganham aproximadamente 30% a mais
que as mulheres de mesma idade e nível de instrução, quase o dobro da média da
região (17,2%), enquanto na Bolívia a diferença é muito pequena. O resultado é
o mesmo no que diz respeito à disparidade por raça e etnia, que chega também a
30%.
A
propaganda foi muito feliz, primeiro por trazer uma questão tão pouco abordada
no meio publicitário, igualdade de gênero e segundo por ir além de causar
impacto, mas levar a reflexão que foi quase que instantânea após as explicações
do gerente. Até por que injusto é fazer as mesmas coisas e ganhar menos por
isso por ser MULHER.
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