Laudelindas Indicam: Coco antes de Chanel

Por Sabrina Venditto


Chanel (1883-1971) consagrou-se como um dos maiores ícones da moda no século XX, se distinguindo por uma postura modernista e revolucionariamente inovadora. Diante da opressão machista ela representava a própria personificação da modernidade, relacionando-se intimamente com a vanguarda intelectual e artística de sua época, de forma que suas criações proporcionaram a emancipação feminina ao juntar elegância, conforto e praticidade em contraposição à ditadura dos espartilhos, rendas e frufrus.

O filme retrata sua trajetória antes da fama. Quando criança Gabrielle (Audrey Tautou) é deixada, junto com a irmã Adrienne (Marie Gillain), em um orfanato. Ao crescer ela divide seu tempo como cantora de cabaré e costureira, fazendo bainha nos fundos da alfaiataria de uma pequena cidade. Até que ela recebe o apoio de Étienne Balsan (Benoît Poelvoorde), que passa a ser seu protetor.




Recusando-se a ser a esposa de alguém, até mesmo de seu amado Arthur Capel (Alessandro Nivola), ela revoluciona a moda ao passar a se vestir costumeiramente com as roupas de homem, abolindo os espartilhos e adereços exagerados típicos da época.

A moda, assim como a arte, apesar de aparentemente superficiais e exclusivas, cumprem uma importante função social e o modo de se vestir pode desafiar conceitos e paradigmas na medida em
que expressa individualidade e irreverência. E esse é o mérito de Chanel, uma mulher que não se submeteu à mediocridade, desafiando os padrões e propondo um novo posicionamento da mulher perante a sociedade.


Apesar de o filme não se aprofundar no universo emocional da estilista e seu amor pela moda, é altamente recomendável como retrato histórico e pela excelente produção.


















Sabrina Venditto é graduanda em direito pela UESC  e compõe o CFLCM.

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